sábado, agosto 15, 2009

Chico Buarque _ Cálice

" Como beber, Dessa bebida amarga
Tragar a dor, Engolir a labuta
Mesmo calada a boca, Resta o peito
Silêncio na cidade, Não se escuta
De que me vale, Ser filho da santa
Melhor seria, Ser filho da outra
Outra realidade, Menos morta
Tanta mentira, Tanta força bruta...
Como é difícil, Acordar calado
Se na calada da noite, Eu me dano
Quero lançar, Um grito desumano
Que é uma maneira, De ser escutado
Esse silêncio todo, Me atordoa
Atordoado, Eu permaneço atento
Na arquibancada, Pra a qualquer momento
Ver emergir, O monstro da lagoa...
De muito gorda, A porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada, A faca já não corta
Como é difícil Pai, abrir a porta
(Cálice!)
Essa palavra, Presa na garganta
Esse pileque, Homérico no mundo
De que adianta, Ter boa vontade
Mesmo calado o peito, Resta a cuca
Dos bêbados, Do centro da cidade...
Talvez o mundo, Não seja pequeno
(Cálice!)
Nem seja a vida, Um fato consumado
(Cálice!)
Quero inventar, O meu próprio pecado
(Cálice!)
Quero morrer, Do meu próprio veneno
(Pai! Cálice!)
Quero perder de vez, Tua cabeça
(Cálice!)
Minha cabeça, Perder teu juízo
(Cálice!)
Quero cheirar fumaça, De óleo diesel
(Cálice!)
Me embriagar, Até que alguém me esqueça
(Cálice!) "

Que tal começar-mos a ver as letras das musicas, com uma visão mais critica? Que tal ampliar-mos a visão e ver-mos muito mais do que uma simples letra de musica,que tal dar-mos vida as palavras e perceber realmente do que Chico Buarque ta falando ? Que tal cair-mos na real e perceber-mos que a DITADURA não foi uma coisa "so easy" pra ninguém?

Nenhum comentário:

Postar um comentário