sábado, dezembro 31, 2011

Com açucar , com afeto


Não tenho gostado muito da ideia de me despedir de 2011 , aliás ele está no auge do ranking dos melhores anos dentre os 19 da minha vida . No começo do ano , lembro que pulei as sete ondas , e em todas pedi um emprego e veja só que ironia , o ultimo dia do ano encerra-se com o indice de mais uma jovem desempregada. Nunca antes em toda a história do país tive um ano tão maravilhoso como este , comecei um relacionamento seríssimo como o meu lindo curso , e outro nada sério , mas afetivamente amoroso á distancia  - in memoria , sem mágoas , e sem arrependimento -
Troquei todas as viagens pra sentir na pele toda a graciosidade de ser uma Garota de Ipanema , pra pensar estranhamente no bairro das Laranjeiras , troquei e trocarei todas as outras pra poder visitar a princezinha do mar - Copacabana - troquei e trocaria , só pra ver tudo desaguar na Lapa .
Fui menos poesia esse ano , fui amor em metade e músicas em demasia , devo ter ouvido os melhores cd's ,  devo até minhas boas noites de sono à Moptop , Morghan Smith , Nei Van Soria , aos rockzinhos afudê , as baladinhas dançantes , as vozes que souberam me tocar . Surpreendentemente tenho acordado com Good Day Sunshine , vez em quando alternando com Here Comes the Sun , tenho cantado Because e Hey Jude pra ninar a fonte de todo o meu amor, "Julia" , tenho dançado loucamente e por incrível que pareça , aprendido a tocar na bateria I Want a Hold your Hand .
Não queria me despedir de um ano , em que eu fui tão paciente , em que fui tão solidária , e que fui tão controlavelmente explosiva e amarga , em meio a tanto doce . De um ano em que tentei fazer jus à letra de " não vá se misturar com esses garotos cabeludos que só pensam em tocar " , mas cedi . Aos senhores restrospectivos , que perguntam o que seria um bom ano .
Um ano bom , é sentar numa sexta feira , escutando vinil e pedir uma dose de montila e uma coca em lata , é ir em shows de rock com a Rubia , é passar a tarde ou a manhã com o Estampido , é dormir no colo de quem me abriu as pernas e me adocicou a alma num dia frio da cidade maravilhosa , é a minha mãe perguntar se estou usando camisinha ou porque terminei com o namorado, é ouvir a Julia cantando "sambinha bom " e me chamar de bebêzinha enquanto assisto um filme , é sentir saudades do Kaio e ligar pra dizer o quanto amo , é discordar das namoradas novas do Felipe . Um ano bom é ouvir a Carol dizendo que - eu tenho que ser difícil - e pedir pra eu passar a tarde com ela vendo dvd de humor ou cantando Luiz Gonzaga , é numa quarta feira perder aula de matemática pra abraçar todos os amigos no boca da noite, é ir num show do cover dos Beatles e cantar verdadeiramente All you need is love , é ir ao show do Validuaté três vezes na semana e chorar todas as três diferentes vezes cantando  A Lenda do Peixe Francês .
Não queria e nem quero me despedir do ano , em que tive 45 postagens sinceras , em que fui mais intensa  , em que fui e estive mais com meus amores , com meus amigos , com os meus dias , em que meus cabelos foram menos bandidos , em que fui magra e logo depois gorda  por causa do açucar , ou talvez por causa do afeto . Exalei oceanos de risos , mas também aceitei que o café , uma dose ou um trago seria bons companheiros pra solidão relâmpago .
Fui menos poesia esse ano , fui em metade açucar e na outra afeto , também  fui músicas em demasia .
Neste ano coisei , coisaram- se , coisaram-me , coisamos e continuo achando que talvez eu devesse simplesmente coisar mais .
Não queria me despedir de 2011 , porque este ano , eu não fui , eu estive .




andressa , vieira

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